NESTE ESTUDO DUPLO SUECO NACIONAL, EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NA MEIA IDADE AUMENTA O RISCO DE DEMÊNCIA, DOENÇA DE ALZHEIMER (DA), E DOENÇA VASCULAR ARTERIAL (DVA), INDEPENDENTEMENTE DO TEMPO DE VIDA DE DIABETES E DE DOENÇAS VASCULARES. CAIO JR., DR. JOÃO SANTOS ET CAIO, DRA. HENRIQUETA VERLANGIERI.

Os resultados de análises de gêmeos combinados sugerem que fatores familiares (fatores genéticos e fatores ambientais precoces) contribuem para a associação entre a meia-idade, a elevada adiposidade e a demência no fim da vida. Um crescente corpo de evidências sugerem que um elevado nível de adiposidade está associada com o declínio cognitivo e demência; no entanto, a relação entre o IMC e a demência entre as pessoas com idade superior a 65 é controversa. Diversos estudos de base populacional têm relatado um efeito da obesidade na meia idade aumentando o risco de demência mais para adiante. Apenas um estudo relatou um aumento risco de demência em pessoas com excesso de peso. Apesar do fato de que a alta adiposidade está associada à demência, ainda há um debate se este só diz respeito à DA ou também à DVA. Alguns estudos prospectivos fizeram encontrar uma associação entre obesidade e aumento do risco de DVA, enquanto outros não. Nesta coorte duplo sueco, descobrimos que ter demência ou foi associada com mais do que 70 % maiores chances de estar acima do peso na meia-idade, enquanto que as probabilidades de ser obeso na meia-idade foram maiores para aqueles com DA, bem como aqueles com DV. Embora o efeito da meia-idade com excesso de peso sobre a demência não é tão substancial como o da obesidade, o seu impacto na saúde pública e na prática clínica é significativo devido ao fato de que há 1,6 bilhão de adultos com excesso de peso em todo o mundo. Vários potenciais mecanismos biológicos podem explicar a associação entre a adiposidade e a demência. Em primeiro lugar, maior IMC está associado com diabetes e doenças vasculares, que estão relacionados ao risco de demência. No entanto, em nosso estudo, a associação entre IMC elevado meia-idade e demência permaneceu significativo após o controle de doenças vasculares durante a vida, sugerindo que as vias não vasculares podem desempenhar um papel importante na associação de adiposidade-demência. Em segundo lugar, maior adiposidade na meia-idade pode refletir uma exposição da vida a um metabolismo alterado e estado inflamatório. A adiposidade é um componente da Síndrome Metabólica que tem sido relacionada com o declínio cognitivo. Além disso, o tecido adiposo é o maior órgão endócrino e segrega citoquinas inflamatórias e hormônio de crescimento (GH); alguns deles (p. ex., leptina, interleucina-6, e a proteína C-reactiva) podem afetar o funcionamento cognitivo. A leptina está envolvida na deposição de amilóide β-42 no cérebro, e desempenha um papel no processo neurodegenerativo. Estudos com gêmeos que envolvem uma abordagem ao longo da vida podem ajudar a identificar as influências genéticas e ambientais sobre o desenvolvimento de doenças crônicas, como gêmeos fornece pares combinados naturalmente, em que os efeitos de confusão de um grande número de fatores potencialmente causais (p. ex., genética e fatores ambientais de infância) podem ser removidos quando as comparações são feitas dentro de pares de gêmeos. Em análises de controle gêmeos, a associação entre IMC superior a meia-idade e demência foi significativamente atenuado e, portanto, pode ser atribuído em parte a fatores genéticos e ambientais precoces, como situação socioeconômica na infância. No entanto, os gêmeos também podem enfrentar exposições semelhantes, mesmo na meia-idade e idade avançada. Estudos têm relatado que a exposição precoce na vida a uma nutrição desequilibrada e status econômico desfavorecidos estão relacionados a um maior risco de obesidade na vida adulta e demência no fim da vida. Nossos resultados sugerem que fatores ambientais do início da vida e genéticos contribuem para a ligação entre adiposidade e demência. Algumas limitações do estudo devem ser mencionadas. Primeiro, o uso dos casos de demência prevalentes pode ter introduzido algum efeito de confusão devido ao diferencial de sobrevivência entre os casos e controles. Além disso, a obesidade na  meia-idade está associada a elevada mortalidade em nosso estudo, o que provavelmente levaria a uma subestimação da força da associação observada. Em segundo lugar, em comparação com os participantes, os que não responderam eram mais velhos, menos educados, e geralmente eram mulheres, mas não diferiram dos participantes em termos de fatores de risco vascular. Como a idade avançada, baixa escolaridade e sexo feminino são fatores de risco para demência, possível viés de seleção poderia surgir se a prevalência de demência nesta coorte difere do que na população em geral. No entanto, a prevalência de demência neste estudo foi comparável com vários estudos de prevalência da demência na Europa e nos Estados Unidos. Em terceiro lugar, a altura e o peso da meia-idade se baseado em informações auto-referidas, que, no entanto, foram validadas por um estudo anterior. Além disso, o IMC por si só não pode ser uma representação ideal da composição corporal, embora o IMC tenha sido amplamente utilizado em estudos populacionais. Medidas antropométricas adicionais, como a circunferência da cintura (CC), seriam úteis. Por fim, tanto a obesidade e a DA são geneticamente transtornos com concordância substancial em gêmeos. Assim, os pares combinados poderiam ser considerados como sobre correspondidos, como pares de gêmeos são semelhantes em muitos aspectos. No entanto, a comparação dos resultados de toda a amostra a partir de pares combinados  fornece informação sobre o papel potencial de influências genéticas e familiares na associação observada. Por fim, na análise correspondente, ambos os gêmeos MZ e DZ foram incluídos devido ao número limitado de pares de gêmeos MZ demência-discordantes. Assim, os efeitos genéticos não eram perfeitamente controlados. Nossos resultados fornecem apoio adicional para o importante papel de alta adiposidade na meia-idade no desenvolvimento de demência, e destaca a necessidade de controlar o peso corporal, o mais cedo possível na meia-idade para a prevenção de demência no fim da vida. Estes resultados têm implicações importantes para a saúde pública, como o risco de demência poderia ser reduzido pela perda de peso da meia-idade. Fatores ambientais no início da vida e genéticos podem contribuir para o link de sobrepeso/ obesidade à demência, sugerindo que a associação de adiposidade alta e demência pode se desenvolver ao longo da vida.

Dr. João Santos Caio Jr.

Endocrinologia – Neuroendocrinologista

CRM 20611

Dra. Henriqueta V. Caio

Endocrinologista – Medicina Interna

CRM 28930

Como saber mais:
1. Em crianças, o exercício modula o anabolismo sistêmico, o crescimento muscular e o desenvolvimento fisiológico global através do eixo do hormônio do crescimento (GH) e insulin-like growth factor-I (IGF-I)...
http://hormoniocrescimentoadultos.blogspot.com.

2. A secreção de GH, em repouso e durante o exercício, muda com a idade e o estado de maturação e pode ser anulado pela hiperlipidemia e obesidade, com possíveis efeitos negativos sobre o crescimento fisiológico...
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3. No entanto, pouco se sabe sobre o efeito da obesidade pediátrica progressivamente mais graves sobre a resposta de GH ao exercício e sua relação com o status puberal...
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DOS AUTORES PROSPECTIVOS ET REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA. 

Referências Bibliográficas:
Caio Jr, João Santos, Dr.; Endocrinologista, Neuroendocrinologista, Caio,H. V., Dra. Endocrinologista, Medicina Interna – Van Der Häägen Brazil, São Paulo, Brasil; Gustafson D. Um curso de vida de adiposidade e demência . Eur J Pharmacol 2008; 585 : 163-175; Kivipelto M, Ngandu T, Fratiglioni L, et al. Obesidade e risco vascular fatores na meia-idade eo risco de demência e doença de Alzheimer . Arch Neurol 2005; 62 : 1556-1560; A Rosengren, Skoog I, Gustafson D, Wilhelmsen L. Índice de massa corporal, outros fatores de risco cardiovascular, e hospitalização por demência . Arch Intern Med 2005; 165 : 321-326; Whitmer RA, Gunderson EP, Barrett-Connor E, Quesenberry CP, Jr, Yaffe K. A obesidade na meia idade e futuro risco de demência: um estudo populacional longitudinal 27 anos baseado . BMJ 2005; 330 :. 1360; Chiang CJ, Yip PK, Wu SC, et al. fatores de risco Midlife para subtipos de demência: um estudo de caso-controle aninhado em Taiwan . Am J Psychiatry Geriatr 2007; 15 : 762-771; Whitmer RA, Gunderson EP, Quesenberry CP, Jr, Zhou J, Yaffe K. índice de massa corporal na meia-idade e risco de doença de Alzheimer e demência vascular . Curr Alzheimer Res 2007; 4 : 103-109; Whitmer RA, Gustafson DR, Barrett-Connor E, Haan MN, Gunderson EP, Yaffe K. A obesidade central e aumento do risco de demência mais de três décadas mais tarde . Neurology 2008; 71 : 1057-1064; Fitzpatrick AL, Kuller LH, Lopez OL, et al. Midlife e obesidade de fim de vida eo risco de demência: Estudo de Saúde Cardiovascular . Arch Neurol 2009; 66 : 336-342; Hassing LB, Dahl AK, Thorvaldsson V, et al. O excesso de peso na meia-idade e risco de demência: um estudo de seguimento de 40 anos . Int J Obes 2009; 33 : 893-898; Flegal KM, Carroll MD, Ogden CL, Curtin LR Prevalência e tendências de obesidade entre adultos dos EUA, 1999-2008 . JAMA 2010; 303 : 235-241; Whitmer RA. A epidemiologia da adiposidade e demência. Curr Alzheimer Res 2007; 4 : 117-122; Moceri VM, Kukull WA, Emanuel I, van Belle G, Larson EB fatores de risco precoce da vida e do desenvolvimento da doença de Alzheimer .  Neurologia 2000; 54 : 415-420; Teasdale TW, Sorensen TI, Stunkard AJ. componentes ambientais e genéticos início em influências sociodemográficas sobre gordura corporal adulto . BMJ 1990; 300 : 1615-1618; Gustafson D. índices de adiposidade e demência . Lancet Neurol 2006; 5 : 713-720; Lichtenstein P, Sullivan PF, Cnattingius S, et al. O Twin Registry sueco no terceiro milênio: uma atualização . gêmeo Res Hum Genet 2006; 9 : 875-882.

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